Este blog é uma ferramenta indispensável para divulgar meu trabalho e para um enriquecimento dos que se dedicam a pesquisa em educação.

Usem sempre quando precisarem e, quando citarem é necessário que seja mencionado:
OLIVEIRA, Michele Pereira. www.educacaoeinclusao.blogspot.com
Obrigada, e estou a disposição sempre que necessário nos endereços de e-mail indicados.

domingo, 31 de maio de 2009

Pós Graduação FDE -Vitória - 23/05/2009.
















Gostaria de agradecer aos alunos da Turma de Pós Graduação em EJA - FDE - Vitória - ES, 23/05/2009, pelos momentos de reflexão, interação e aprendizagem em Psicologia da Educação. Mais uma semente plantada.





Em breve, nova aula.









Diários de sala de aula...




Um certo dia, pela manhã, chega em minha sala de aula uma mãe trazendo seu filho para o primeiro dia de aula dele naquela escola. Já haviam se passado algumas semanas do início do ano letivo.Era um menino miúdo, e o que me chamou bastante a atenção foi que a mãe, grávida de uns 6 para 7 meses, fez algumas observações sobre seu filho.
- Meu filho é muito tímido, tem dificuldade para fazer amizades.
De fato, com o transcorrer dos dias percebi que as afirmações da mãe iam se confirmando.
Ele era realmente um menino bastante calado, conseguira estabelecer uma amizade considerável com apenas um menino da classe (que coincidentemente tinha o mesmo nome que ele); com certa dificuldade (ou preguiça) para resolver os exercícios propostos e, bastante faltoso.
Ainda não conseguia identificar sua voz em meio a voz dos outros alunos da classe; ele quase não falava!
Nem à chamada respondia, levantava timidamente o dedo. No mais, um bom menino.
Sabia da gravidez de sua mãe, e pelo tempo que a vi, provavelmente o bebê estava próximo de nascer.
Nas últimas semanas, percebi que o aluno em questão faltou bastante e em dias seguidos o que não era comum uma veza que faltava em dias alternados.
Apesar de teoricamente ele parecer ser um aluno imperceptível pelo seu silêncio, sou bastante observadora e questionadora com meus alunos, quero saber de suas histórias, de suas dificuldades, de seus sonhos, e procuro sempre despertá-los para sonhar, para não se acomodarem com a dura realidade da periferia em que vivem e; os alunos silenciosos são os que me despertam maior curiosidade.
Depois das faltas do menino, ele apareceu na escola com o comportamento notadamente diferenciado.
De menino franzino quieto, tímido, passou a falante, implicante, agressivo. Pude observar suas reações sem intervir e questionar por uns dois ou três dias, quando lancei a pergunta:
-Por que faltou tantos dias?
-Minha mãe estava no hospital.
Retomei a conversa perguntando se ela estava bem, não querendo tocar diretamente no assunto da gravidez.
-O bebê nasceu!Ele é prematuro. Mas já está em casa.
Percebi então que havia acontecido algo que pudesse alterar tão significativamente um comportamento que outrora era apagado pela timidez excessiva.
Indaguei novamente.
-Ele é bonitinho?
-Sim, é, mas é bem pequeno.
- Você está brincando muito com ele?
-Não!
-Por que? Não gostou do irmãozinho?
-Sim, mas minha mãe já entregou para o pai.
Calei-me diante de tal resposta e de tão dura realidade, meus recursos por hora estavam esgotados para delongar tal assunto.
Pensei sem questionar; como assim? Entregou para o pai! Um bebê prematuro de dias?!?!?
Muito me causou espanto a naturalidade com que essa criança, um menino de no máximo 11 anos me falou uma frase que me chocou por idas.
Para mim, havia meia explicação para uma mudança tão repentina de comportamento.
Ele, uma criança acabara de ver a mãe, uma jovem, de no máximo 25 anos se desfazer de uma outra criança de dias, indefesa.
Analisando a situação me questiono. Quantas inseguranças essa criança construiu ao longo de seus 10, 11 anos? Qual a imagem que essa criança construiu da sua mãe? Quais seus medos? Será que ainda sonha? Quantas decepções e frustrações? E seu pai? – não tive coragem e oportunidade certas para questioná-lo.
Fico indignada de ver como os valores familiares estão minimizados, ou como se perderam.
Como pode uma mãe entregar seu filho de dias?Um bebê, que ela carregou em seu ventre por meses!
Como essa mãe agrediu tão seriamente essas duas crianças!
Essa realidade não é privilégio ou azar de regiões de periferia, está disseminado por todo mundo, nas melhores e piores cidades, nos melhores e mais radicais países.
Nossas crianças estão fadadas a enfrentarem precocemente realidades tão duras que suas maturidades ainda não dão conta de assimilar e entender, e isso justificaria em partes comportamentos tão agressivos – uma agressividade defensiva.
Incosncientemente reagem no impulso de se defenderem sempre e produzem o tempo todo reações que expressão essa dura conclusão: ou ele(a) ou eu!
As que não conseguem por algum motivo processar a necessidade de defesa, acabam por ser engolidas pelo sistema que impõe a sobrevivência e se colocam à margem, são literalmente excluídos, e assim irão crescer.
A realidade nas escolas é outro drama, faltam professores e os que estão na sala de aula precisam enfrentar pesadas jornadas de trabalho para compensar os baixos salários e garantir o mínimo de qualidade de vida.
A pouca cultura e perspectiva dos pais influenciam direta e negativamente no rendimento escolar de seus filhos. Na realidade poucos são os pais que verdadeiramente se comprometem com a educação de seus filhos, que querem de fato mudar o rumo da história dessas crianças.
Poucos são os pais que ensinam seus filhos a sonharem, que além de ensinarem dão ferramentas de produção desses sonhos, poucos são os pai que se dispõem a “perder” (na realidade esse perder é ganhar) alguns minutos do seu dia brincando com seus filhos, pouco são os pais que apresentam livros à seus filhos,e muito mais que isso que contam histórias e que proporcionam a essas crianças uma viagem ao país da fantasia. Poucos são os pais que crêem que a leitura transforma, resgata, forma e informa.
A educação precisa começar em casa, não há outro caminho, e a família tem que ser suporte para suas crianças, nossas escolas não podem mais ser depósitos de crianças, precisa resignificar sua função – não pode mais acolher sem transformar.
Nossas crianças precisam reaprender a sonhar, mas sonhar e poder realizar, desejar e poder conseguir, precisam redescobrir valores, descobrir novos caminhos que não os que levam única e somente à sobrevivência, mas caminhos que os permitam a plantar e colher sonhos empreender, desbravar, lutar e reconhecer suas forças, traçar e alcançar objetivos.
Quanto ao meu aluno, não é mais o mesmo aluno que adentrou àquela sala de aula e tomou seu assento timidamente. Com certeza, é uma criança marcada e que terá dúvidas e incertezas ao escolher seu caminho. Não é mais o tímido menino, é um menino que terá que aprender a sobreviver e superar suas frustrações e inseguranças e principalmente, vencer seus medos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Boa notícia aos amantes da boa leitura!


Para os amantes da boa leitura e da leitura voltada para a educação , está aí uma boa dica!


As obras do grande Mestre da Educação Paulo Freire agora estão disponibilizado para impressão .

É importante que cada professor tenha esse aterial riquíssimo para estudo, pesquisa e conscientização de nosso papel como esducadores esteja nas mãos de cada um que tem o grande compromisso com a educação de nossas crianças e jovens.


Para todos, boa leitura, boa pesquisa, e boa reflexão.


Livros de Paulo Freire desbloqueados para impressão

Preciosidades da obra de Paulo Freire desbloqueadas pra impressão/dowload no
site :
http://www.ac. gov.br/bibliotec adafloresta/ biblioteca/ index.php? option=com_ content&task= view&id=638& Itemid=128.

São livros importantíssimos de um pensador brasileiro comprometido
profundamente com as causas sociais. O material é inovador, criativo,
original e tem importância histórica inédita.

Livros de Paulo Freire desbloqueados para impressão

Preciosidades da obra de Paulo Freire desbloqueadas pra impressão/dowload no
site :
http://www.ac. gov.br/bibliotec adafloresta/ biblioteca/ index.php? option=com_ content&task= view&id=638& Itemid=128.

São livros importantíssimos de um pensador brasileiro comprometido
profundamente com as causas sociais. O material é inovador, criativo,
original e tem importância histórica inédita.

- A importância do ato de ler:
- Ação Cultural para a Liberdade:
- Extensão ou Comunicação:
- Medo e Ousadia:
- Pedagogia da Autonomia:
- Pedagogia da Autonomia:
- Pedagogia da Indignação:
- Pedagogia do Oprimido:
- Política e Educação:
- Professora sim, Tia não:
Boa leitura a todos!!!!