Este blog é uma ferramenta indispensável para divulgar meu trabalho e para um enriquecimento dos que se dedicam a pesquisa em educação.

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OLIVEIRA, Michele Pereira. www.educacaoeinclusao.blogspot.com
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domingo, 25 de novembro de 2007

Educar para a manutenção da democracia



A educação é fundamental e amplamente necessária.
Ao se pensar em cidadania, distribuição de renda, economia, desenvolvimento tecnológico, social e político não há como dissociar tais pensamentos e suas respectivas aspirações da educação.
Pensar em cidadania não é apenas um simples pensamento restrito, há que se pensar que a cidadania se constrói nos bancos da escola e não há outra fórmula para se conseguir uma sociedade minimamente igualitária que não através da educação.
A ação educação – aprendizagem dependem muito do comprometimento dos dirigentes que são responsáveis pelo que se é ensinado: como saber pronto, ou como saber a se construir criticamente.
Educar para formar cidadãos não é apenas transmitir o saber e o limitar a verdades construídas, é lançar o conhecimento e formar visionários capazes criticamente, com a diminuição do espaço entre governantes e governados, capacitados para analisar criticamente, escolher, modificar sua própria realidade e a realidade comunitária.
É através da educação que o homem se torna um cidadão capaz de mudar valores, crenças, mentalidades, costumes e práticas e se inserir ativamente em uma democracia, é através da educação que o homem conhece suas potencialidades e tem possibilidades de desenvolvê-la a fim de distinguir e trilhar o melhor caminho a seguir.
Uma sociedade e uma democracia justa seria aquela onde todos tem igualdade de direitos em ampla direção:política, social, educacional e profissional – é preciso portanto a educação para se promover a democracia e um esforço redobrado para a garantia e promoção da educação como base estruturada, focada nas diversidades de conhecimentos a fim de formar e informar intelectual, cultural e cientificamente para uma mudança eficaz no quadro social atual e futura.
É preciso também para ampliar o sentido de educação que esse seja feito à cerca de uma mudança de hábitos, de valores morais e sociais, e isso não se dá apenas com uma educação intelectual , mas com a formação de uma conscientização ética, é a partir dessa educação que serão formados cidadãos tolerantes capazes de conviver harmonicamente com as dificuldades, com as diferenças e com os diferentes.
Aliando a educação que se dá a nível intelectual e a nível moral e ético, formam-se aí as sólidas bases para a edificação de uma educação para a democracia cujo valor fundamental é a liberdade e tem por objetivos formar e capacitar cidadãos preparados a julgar, a tomar decisões, a criticar e capazes de assumir postos de comandos que são responsáveis pela manutenção da ordem e da própria democracia que se ampara e se sustenta em leis “sólidas” que ao menos pretendem garantir o bom funcionamento da ordem nacional.
É preciso maior interesse e uma massificação da educação – ela deve chegar a todos de forma igualitária, sem segregação, e isso deveria arrastar todos os esforços do poder público.
É na escola que se fundam e solidificam as bases da construção social para a democracia uma vez que essa não tem sobrevida na não – educação que por sua vez é combustível de toda engrenagem que se movimenta para o pleno funcionamento da democracia e da ordem nacional.

É preciso mudar a forma de educar...


A TRANSFORMAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL E A EDUCAÇÃO

O capitalismo feroz fortificado pela globalização mundial transformou: saúde, educação e segurança em mercadorias onde quem tem melhores condições, conseqüentemente tem melhores produtos.
Entretanto, esse capitalismo gera um desemprego assolador e nada mais pode ser considerado estático, nem mesmo as seguranças dos empregos doravante tão perseguidos por todos como uma jóia rara e pela confiança na estabilidade oferecida , hoje estão ameaçados pelo desaparecimento do trabalho com proteção e estabilidade.
Não há tantas possibilidades atualmente de vislumbrar um amanhã promissor- vive-se do hoje, o amanhã é um isto de incertezas, crises e da decomposição e desfacelamento mundial.
Submergem com esse movimento as misérias sociais que estão a margem da evolução de alguns países ditos desenvolvidos que evoluem ás custas da miséria humana que formam os bolsões do submundo subdesenvolvido, atrofiado e faminto.
É um regresso informatizado ao movimento escravagista das populações modernas. As grandes metrópolis já não garantem nada mais, crescem desordenadas e agressivamente e só conseguem garantir a própria incapacidade de garantir paz social, cidadania, necessidades básicas de sobrevivência, democracia, emprego e espaço.
Cidades superlotadas e um cenário miserável: uma realidade de exclusão – uma sociedade de trabalhadores que precisam e querem trabalhar sem emprego – essa é a nova e preocupante realidade social que exige cada dia muito mais dos trabalhadores que precisam se colocar e se manter no mercado de trabalho capitalista por necessidade, e por outro lado paralelamente os bolsões de miséria geram outro perfil radical e preocupante: a disseminação da violência que produz mortes como fenômenos de eliminação de excedentes sob o prisma de uma lei própria e contrária ás leis vigentes.
É preciso muito mais que ações sociais meramente curativas que geram a exclusão, é necessário ações preventivas urgentes.
É preciso endurecer e massificar a educação, mas uma educação não apenas informatizante, uma educação que leve ao pensamento construtivo e crítico, só assim os excluídos poderão vislumbrar condições para algum tipo de crescimento sustentável. Mais que educar, é preciso qualificar uma vez que a educação ainda se mantém refém de um mercado cada vez mais capitalista e exigente que cada vez mais absorve pessoas incapazes de pensar e criar estratégias.
O homem portanto não deve ser uma caixa preta cheia de informações prontas que foram gravadas ao longo dos anos, precisa saber transformar essas informações a fim de poder mudar sua realidade e contribuir para uma transformação social.
A educação por si só, não garante emprego a ninguém, mas a falta dela garante a sobrevida e a manutenção dos bolsões de miséria e dos fenômenos de exclusão social que assolam o Brasil.


Pobreza, Política, Direitos Humanos e Educação: o quê e como fazer para modificar esse duro quadro de miséria humana no Brasil?


A fome advinda da pobreza é muito mais que apenas um prato vazio e pedidos por caridade, é um Raio X das manobras que terminam por manter excluídas grande parcela da sociedade que continuam em um submundo marginal socialmente e que tem na sua essência em questões políticas.
A grande questão da marginalização social não se transcreve tão somente no não ter material, mas no não ter e não poder intelectual – o que mantêm essa camada “in off”, incapaz de lutar por direitos que t~em assegurados por lei.
Seguindo esse pensamento torna-se a pobreza, uma pobreza imposta e conveniente, ode o ator principal é o pobre, miserável intelectual que se acostuma a pedir e esperar sempre pelo mínimo e esse pedir transformou-se em uma cultura pedinte, opressora, porém altamente concebível e apropriada para quem está acostumado a olhar a miséria alheia sempre por cima.
Entretanto, o pobre, de ator passa a ser autor do seu próprio destino analfabeto e ignorante, ignorância essa que se tornar mantenedora da ordem vigente e capitalista.
O Estado só garante a cidadania a nível titula, e as políticas sociais servem apenas para tapiar, para amansar os pobres que a cada dia mais estão nas mãos de outrem e abandonam-se a si mesmos ao descaso social e a escravidão que oprime e os afasta de uma realidade justa.
Como ter sabedoria para se emancipar e cuidar-se individualmente, se condições intelectuais lhes são arrancadas?negadas?
É “necessário” uma não compreensão e uma não luta por participação partindo, do princípio que pobre esclarecido e intelectualizado incomoda uma vez que busca por seus direitos e mudanças para si e para os seus, nesse momento passa a não ser tolerado e temido uma vez que sua autonomia lhe parece clara e possível, tendo assim condições para transpor as fronteiras da marginalização definitiva.
Poder ser dono do seu próprio destino e construir sua história tem sido deveras dificultado ao pobre que já se acomodou na condição em que se encontra onde a miséria é natural e imutável obra do acaso.
Quanto mais se deixa ajudar, mais miserável e intransponível se torna a fronteira da igualdade social e mais fraca a ínfima idéia de cidadania.
É preciso formar cidadãos com pensamentos autônomos e críticos, para isso necessita-se de escolas e escolas comprometidas na formação do cidadão que ao se educar podem não se tornar mais ricos, mas com condições de competição e inserção social.
É preciso não apenas crescer; mas desenvolver-se e para que esse processo seja possível, a educação é fundamental pois é através de uma educação abrangente, multifacetada e crítica que abem-se portas ás oportunidades e essas levam ao desenvolvimento e conseqüentemente a um crescimento e daí mais poder se tem nas próprias opiniões e decisões -- mais poder de transformação social.
Entretanto, a educação não pode agir só e deve estar ligada ao conhecimento e essa parceria é necessária, porém insuficiente quando ainda não se conseguem ter uma visão e capacidade de análise crítica ante a conceitos pré-estabelecidos e uma vez que a educação sozinha não cria emprego a curto prazo e o faz quando consegue atingir autos níveis e uma constância de aperfeiçoamento e reconstrução individual de conceitos prontos, pelas dúvidas e pelo incômodo que o saber provoca – trocando em miúdos, um investimento pessoal no crescimento intelectual e profissionalização.
Essa dinâmica conduz ao processo do aprender que traduz a habilidade de pensar e transformar conceitos a respeito de uma realidade que impõe muito mais incertezas que certezas e em constante mutação – e isso faz do homem diferente e com habilidades próprias e singulares e o capacita a criar máquinas que são capazes de subestimar sua própria capacidade de pensar, processar e criar.
O conhecimento produz também abismos sociais que segrega os que não conseguem produzir o mínimo de saber e transforma os segregados em produto da ignorância e incluídos e afundados na marginalidade, incapazes de arquitetar pensamentos críticos que o lançariam ao campo das possibilidades de crescimento.
As escolas transformam-se em palcos, onde expõem –se os saberes construídos e não incita a capacidade crítico-criativa de experimentar, pesquisar e elaborar as experiências transformando-as em saberes novos, em movimento e mais uma vez o pobre afunda-se na própria sorte deixando as vagas gratuitas que teoricamente seria destinada a estudantes de baixa renda novamente para perpetuar a elite.
É direito de todos: aprender e conhecer e esses dois pontos são mínimos, fundamentais e imprescindíveis para garantir uma sociedade igualitária, sem ideologias a cerca da igualdade e inclusão social, nem tão pouco conveniências que favorecem única e exclusivamente a sociedade elitizada que vê a decadência humana de cima para baixo, ainda dá milho aos pombos, e se vangloria da caridade praticada e da esmola doada.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Educação - apenas educar?


A educação é a mola mestra da construção, da edificação, da composição, da elaboração e reelaboração de conceitos e idéias, da organização do pensamento e estruturação dos conhecimentos e valores adquiridos e transformados, da formação pessoal e intelectual do ser humano.
Educar, deve ser uma troca de saberes, onde ninguém deve ser o detentor da verdade, que deve ser construída aos poucos, sem pressa, mas com uma dinâmica responsável, onde o professor não deve ser somente mestre, mas, o promotor do conhecimento e de trocas de experiências.
Ao se tornar esse promotor, o porfessor deve se vestir de conhecimentos de forma a chegar suavemente em todos os que estão ali, abertos a escutar, e principalmente, nos que se trancaram por detrás de uma muralha onde a educação não tem espaço.
É aí, sua prova de fogo; chegar onde não se está aberto, onde precisa insistir, preparar a terra e lançar suas sementes, e , principalmente cuidar de sua plantação para que as sementes possam germinar, dar frutos e frutigficar em abundância.
Para isso, o professor em sua ação educativa deve preparar-se intelectual e emocionalmente, planejar-se, ter métodos e objetivos claros e necessariamente, capacidade para se adequar a toda e qualquer realidade podendo com isso levar sua bagagem de conhecimento de forma adequada à realidade de seus alunos, promovendo o conhecimento sem o comprometimento dos binômios: ação - recepção; ensino - aprendizagem.
O homem é um ser que nunca estará completo, pois o saber é necessário, imprescindível, infinito e evolutivo que está incutido na construção humana. Por outro prisma, o homem é o agente transformador do mundo e por isso a educação deve ser o agente transformador do homem, que o liberta das amarras escravagistas que o aprisionam em mundos cada vez mais desiguais e desumanos, e o traz a margem donde se torna um ser capaz de vislumbrar dias melhores.
Educar é preciso, se deixar educar é necessário....