Este blog é uma ferramenta indispensável para divulgar meu trabalho e para um enriquecimento dos que se dedicam a pesquisa em educação.

Usem sempre quando precisarem e, quando citarem é necessário que seja mencionado:
OLIVEIRA, Michele Pereira. www.educacaoeinclusao.blogspot.com
Obrigada, e estou a disposição sempre que necessário nos endereços de e-mail indicados.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Inclusão ou enganação?


Certo dia estava em minha sala de aula quando fui abordada por uma colega professora a me chamar para observar uma aluna nova que havia sido matriculada na 5ª série.
Pensei que encontraria uma menina de uns 12 anos, mas encontrei uma mocinha formada com uns 16 anos pelo menos.
Ao me chamar para observá-la, a colega professora disse ter observado que a aluna apresentava um problema de coordenação motora e algum tipo de problema no aparelho fonador, custando-lhe dificuldades na fala e uma timidez ocasional.
Pouco falei com ela uma vez que havia deixado meus alunos sozinhos e não podia me ausentar por muitos minutos e pelo fato de a aluna estar em sala de aula não proporcionando um trabalho diagnóstico eficiente.
Ao perceber a angústia de minha colega e o sorriso da menina ao me receber logo peguei um caderno de caligrafia e passei um treinamento de coordenação motora a fim de não perdermos tempo no auxílio a essa aluna.
Deixo bem claro aqui que sou professora de matemática, entretanto especialista em inclusão e pesquisadora na área.
Seguindo a queixa de minha colega propus um treinamento inicial com exercícios de coordenação motora fina, aqueles passados à crianças bem pequenas na pré-alfabetização.
Entretanto, incomodada, me reportei à professora de língua portuguesa da aluna e à de matemática para que as mesmas fossem fazendo suas observações e me repassando-as a fim de elaborar um atendimento que pudesse ajudá-la em seu processo de inclusão e aprendizagem.
Após a aula e análise da professora de língua portuguesa que propôs uma cópia aos alunos da 5ª série a fim de executar um diagnóstico da turma, pudemos verificar que a aluna não está alfabetizada, apenas é capaz de copiar sequências aleatórias e repetitivas de letras que não correspondem em nada ao texto sugerido pela professora.
Ora, porque essa aluna está na 5ª série?
Ela não tem ainda a maturidade suficiente para copiar palavras, mesmo que essas estejam em sua frente, ou em papel ou no quadro negro.
O seu problema não é apenas de coordenação motora, uma vez que a aluna conseguiu escrever entre linhas.
Seu problema é muito mais sério e grave, perpassa pela OMISSÃO, de colegas professores que a “empurraram” série a dentro, sem que ela alcançasse o mínimo de conhecimento e autonomia para tal.
A inclusão e a educação são direitos dos cidadãos, previsto em lei, mas a omissão é crime, é um atentado e desrespeito à vida humana.
Até quando confundiremos inclusão com omissão?
Até quando nossos professores trabalharão sem qualificação e preparo, sem amparo e angustiados em saber o que fazer com essas crianças?
Até quando essas crianças estarão sujeitas ao sistema que não está preparado para incluir de fato?
A inclusão precisa ser revista com responsabilidade para que nossas crianças não sejam mais fruto de omissão.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Para refletir!



Para reflexão!


Para solucionar os buracos impostos pelas diferenças de classes, na plataforma da educação foram pensados e implantados alguns projetos que visam igualar as possibilidades e proporcionar igualdade de condições.

Vou citar duas grandes idéias, e desafiadoras.


1 - ENEM.

2- COTAS NAS UNIVERSIDADES.

3- UNIVERSIDADE PARA TODOS.


ENEM: de fundamental importância, uma vez que pode visualizar sem máscaras o nível de aprendizagem dos alunos que saem das escolas no ensino médio, de forma globalizada, sem distinção entre formas de ensino - público e privado.

Um excelente termômetro, uma vez que são avaliados os alunos, o desempenho e comprometimento dos educadores.


COTAS NAS UNIVERSIDADES: valoriza o ensino público, permite uma competição justa entre alunos que têm vontade e (principlamente necessidade) de ingressarem nas Universidades e não tinham condições para tal ou por falta de estrutura financeira para se prepararem em cursinhos preparatórios caros, que proporcionam tal preparação, ou por falta de condições financeiras para custearem suas faculdades em órgãos privados.


UNIVERSIDADE PARA TODOS: programa que proporciona a alunos de escolas públicas cursarem em Universidades particulares que firmaram parceria com o governo um curso superior com bolsas de até 100% dependendo de sua pontuação no ENEM.


São três excelentes programas de promoção social, que estão amarrados no processo ENSINO x APRENDIZAGEM que sempre cito em meus estudos.

Entretanto, não foram pensados em problemas advindos desses programas, que venho citar em partes:


1- BAIXO NÍVEL DE APREENSÃO;

2- EVASÃO ESCOLAR;

3- BURACOS NAS UNIVERSIDADES.


BAIXO NÍVEL DE APREENSÃO: em decorrência de uma baixa aprendizagem, esses alunos chegam nas Universidades com uma baixa carga cognitiva, muitas vezes sem ter aprendido conteúdos básicos, muitas vezes conteúdos de séries iniciais;


EVASÃO ESCOLAR: em decorrência do baixo nível de apreensão, muitos alunos começam seus cursos em Univerdades e se evadem durante os péríodos, pelo simples fato de não conseguirem acompanhar o desenvolvimento do curso escolhido.


BURACOS NAS UNIVERSIDADES: amarrados aos outros tópicos anteriores, esse é o culminar do grande problema que os três programas citados enfrentam.


Esses são os grandes problemas enfrentados pela educação contemporânia, em busca de igualdade de direitos.

Alunos de escolas públicas entram nas Universidades e ou Faculdades, começam um curso que sonharam por toda uma vida escolar, por falta de conhecimentos básicos, não conseguem se desenvolver a contento, acompanhando o nível exigido pelo curso, em autonomia de aprendizagem e pesquisa, acabam por evadir-se frustrados, mas muitas vezes sem outra alternativa imediata. Desta feita, podem ser visualizados enormes buracos nas salas de aula das Universidades e ou Faculdades, instaurados pelos dois problemas anteriores.

E, ao se instaurarem esses buracos ao meio de um curso nada mais pode ser feito, ficam os buracos - GAP'S, e faltam os alunos que muitas vezes trancam suas matrículas e não mais retornam para as salas de aula.

E, à partir dessa problemática que venho fazer uma indagação:

Enquanto professores, qual é a nossa parcela de culpa?

Ao meu ver temos sim, uma parcela de culpa quando não assumimos nosso papel de educador com toda a responsabilidade que tal função tem.

É preciso que hajam políticas de valorização do profissional da educação, porque são esses profissionais os grandes arquitetos do futuro de um país, de forma globalizada.

A meu ver o trabalho do professor é um trabalho solitário, de risco, de grande responsabilidade e e alto preço (não no que se refere à remuneração), uma vez que toda a carga de responsabilidade pelo desenvolvimento de uma nação está sob suas costas - um óbvio que muitas vezes não é visualizado: quanto maior for o desenvolvimento educacional de uma nação tal qual será seu desenvolvimento social, econômico, cultural, não necessariamente nessa ordem, mas todo e qualquer desenvolvimento se dá só e somente só pela educação de seu povo.

E, quem educa, é o profissional da educação que por anos esteve e ainda está à margem do desenvolvimento profissional.

Muitos são os professores que trabalham desmotivados, que não têm sequer vontade de se reciclar, de investir em uma formação continuada.
A geração de professores que se encontram em sala de aula hoje são fruto de um professorado que era mal pago, desvalorizado, e esse ranso ainda nos acompanha, e muitas vezes entram na nossa frente para dentro de nossas salas de aula.

Assim sendo, trabalhando sem amparo, desvalorizado, muitas vezes sem condições mínimas de trabalho, todos esses problemas citados acima, não serão superados e idéias que podem de fato solucinar os grandes vácuos sociais tendem a se tornar outros problemas com dimensões incalculáveis.

É preciso que a nossa profissão seja valorizada e que sejamos reconhecidos pela grande responsabilidade que temos ante desenvolvimento de nosso país.

Avaliação



Avaliação.


Essas são algumas das avaliações feitas por leitores em meus estudos/reflexões sobre a educação, no Recanto das Letras, onde também tenho um blog.

Gostaria de agradecer a todos, pelo incentivo, pela avaliação, pela crítica e pela construção. É sempre muito bom ser avaliado.


Todos esses textos estão neste blog, e são fruto de muito estudo.

Minha sincera gratidão à todos que de uma forma ou de outra participaram desta construção.






Texto elaborado por quem conhece crianças especiais. excelente quando fala que cada criança aprende a seu tempo e a especial pode alcançar voos altos. Parabéns

Enviado por angela (não autenticado*) em 26/01/2010 18:47
para o texto: O PSICOPEDAGOGO E A INCLUSÃO ESCOLAR



O texto é incrível!!! Nos faz refletir a inclusão sob sua forma mais ampla. PARABENS!


Enviado por Flávia (não autenticado*) em 15/11/2009 16:19
para o texto: O PSICOPEDAGOGO E A INCLUSÃO ESCOLAR




Muito interessante a sua observação. Um colega leu um texto meu ("Ignorância e Violência") no meu blog e comentou sobre texto que trata do assunto "bulling" neste site. Caso queira conhecer o Blog da Janda, o endereço é: www.jildati.blogspot.com E parabéns! Janda.


Enviado por Janda (não autenticado*) em 12/09/2009 13:08
para o texto: Bulliyng nas escolas %u2013 como evitar?




OLA GOSTARIA Q ESTIVESSE O CONTEUDO COMPLETO DO ASSUNTO POIS MUITO ME INTERESSA. ESTUDO NO CURSO DE PEDAGOGIA E TENHO Q REALIZAR UM PROJETO.


Enviado por Ciany (não autenticado*) em 08/06/2009 11:49
para o texto: EJA UMA PERSPECTIVA EDUCACIONAL SOBRE JOVENS E ADULTOS (T1305911)




Parabés pelo seu texto. Ha muito tempo que me questiono sobre esse tipo de avaliação, ou melhor... como seria feita a avaliação de "especiais". Esse texto despertou em mim, a vontade de me aprofundar na pesquisa. Obrigada pela contribuição.


Enviado por Adelaide (não autenticado*) em 05/02/2009 16:23
para o texto: AVALIAÇÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS Ver texto Responder Apagar


Gostei muito do seu texto,porém não consegui copiar alguns trechos que achei interressante para uma pesquisa.acho que você poderia compartilhar também desse jeito.


Enviado por Priscila (não autenticado*) em 06/11/2008 11:00
para o texto: O PSICOPEDAGOGO E A INCLUSÃO ESCOLAR




Parabéns pela sensibilidade de cada palavra Vossa no texto! Aproveito para divulgar uma de minhas crônicas mais polêmicas, que gerou tantos comentários: http://recantodasletras.uol.com.br/visualizar.php?idt=1236926 Acabei de publicar outra que cita uma espécie de finalização do caso e conto com seu apoio, se gostar é claro, no sentido de enviar um comentário e divulgá-la. Abraços e sucesso Henrique - www.irregular.com.br


Enviado por Henrique I em 23/10/2008 13:05
para o texto: INTEGRAÇÃO X INCLUSÃO! EIS A QUESTÃO!




Gostei de teu texto, trabalho com Inclusão e sei bem do que falas, aliás mais "Integração" do que "Inclusão", é um assunto que deve sempre ser discutido, pois até onde de verdade o aluno esta incluido?Parabéns!


Enviado por Isabel em 22/10/2008 20:38
para o texto: AVALIAÇÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS




Texto muito bem elaborado e condizente com a nossa realidade. Precisamos de pessoas que pensem e ajam como vc para mudar esta face da desigualdade que a nossa eduação sofre. Um ab fraterno.


Enviado por Romasari em 06/10/2008 12:20
para o texto: Nossas escolas não podem mais ser depósitos de crianças!




Parabéns pelo texto muito bem elaborado frente a realidade de nossas escolas aí nos perguntamos onde iremos chegar??? abraços ziza


Enviado por ziza (não autenticado*) em 05/10/2008 20:36
para o texto: Nossas escolas não podem mais ser depósitos de crianças!