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OLIVEIRA, Michele Pereira. www.educacaoeinclusao.blogspot.com
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domingo, 6 de novembro de 2011

Contos de fadas.

Alguém já parou para pensar como os contos de fadas e as histórias infantis de relacionam com os problemas sociais cotidianos, e como eles são fontes riquíssimas para promover debates, análises críticas, aprofundamentos e mudanças de posturas, principalmente nas salas de aula?

Analisem a historinha da Chapeuzinho Vermelho, tão presente na infancia de muitas gerações:
Que família era aquela?
- Uma família muito parecida com as famílias atuais, uma família de mulheres. Mãe, filha e avó. E o pai? onde aparece esse pai? - não aparece em momento algum da história. Chapeuzinho Vermelho era criada pela mãe, que por sua vez não morava perto da vovó, e que por sua vez, já era viúva, ou era simplesmente mãe solteira da mãe de Chapeuzinho.
E, em um belo dia, a menina se lança no mundo, para levar doces para a vovó, saindo da redoma de superproteção da sua mãe.
E aí, nos deparamos com os dois caminhos, que provavelmente indicam os caminhos do amadurecimento,  crescimento; um mais longo e outro mais curto.
Nesse caminho a menina encontra-se com o lobo - finalmente a figura masculina - de forma enganadora, será? ou será que por não ter a presença masculina ela não sabia como lidar com esse arquétipo? que a engana, a ludibria, a faz percorrer o caminho mais longo, o que chega antes dela na casa da vovó, que também por não ter a figura masculina em sua vida, é comida.
E, novamente, Chapeuzinho ´é enganada por esse lobo mau, até que chega o caçador! o redentor que lhe salva e a sua vó das garras do lobo malvado.
Essa realidade do lobo mau e do caçador está relacionado a questão da sexualidade, da busca do namorado ideal, do sofrimento com os amores malvados, e enfim o encontro com o amor tranquilo, que lhe salva.
Essas situações são cotidianas e trazer o conto de fada para a sala de aula é promover essa inteiração lúdica entre a história e as vivências de nossas crianças e adolescentes nas escolas.

Outra história interessante a ser recontada é a da Branca de Neve. E porque não Negra de Neve? Recriar essa história promovendo um trabaalho étinco racial na escola é um questão de promover uma relação intercultural. Como poderia ser essa Negra de Neve? Tão bonita quanto a Branca de Neve, tão pura quanto ela, tão mágica quanto ela. E dar nova cara a uma historia que prioriza o belo, mas o belo não tem cor, apenas é belo.

Também é possível trabalhar as questões da sexualidade usando as mesmas histórias. Por que a princesa tem que se apaixonar pelo príncipe? e porque não pela irmã do príncipe? porque as relações tem que ser heterossexuais? e não podem sobremaneira ser homossexuais? Vivemos em uma sociedade multicultural e que dá conta de inúmeras formas de relações.
Assim, abre-se o leque de forma sutil, e nada agressiva para mostrar que homo ou heterossexual as relações afetivas precisam ser encaradas com naturalidade e que tenham seu lado positivo exposto: ambos estão em busca do amor. 
É preciso implantar um cultura de paz em nossas escolas.
Então, vamos começar?