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OLIVEIRA, Michele Pereira. www.educacaoeinclusao.blogspot.com
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Professor - profissão perigo!




Sempre me questiono sobre o que leva um aluno de 14 anos ainda na 5ª série a apontar uma faca na cintura de um professor, e adentrar à escola impondo sua sensação de poder ao impunhar uma arma branca desferindo ameaças.
Nossa escola está doente, nossos alunos e professores também.
Não temos mais segurança enquanto no exercício de nossa profissão. Estamos abandonados, tanto quanto nossos alunos pelas famílias que têm papel de suma importância neste contexto. Abandonados também pela gestão que muitas vezes mascara a situação emergencial.
Esse é o perfil de nossas escolas. Visivelmente fragilizadas pela violência em sala de aula e pela necessidade de se calar diante da situação de confronto.
Fragiliza-se ainda mais, ao se calar, mas a represália pode ser ainda maior, ao se expor.
O desamparo parental é uma das pernas que falta para que a escola dê passos firmes na formação de nossos alunos, mas por sua vez, em exercício de sua função, a família cada vez mais se afasta do ambiente escolar e até da formação moral de seus filhos.
Passa assim a ser função da escola, além da educação, a função de ser pai, de ser mãe, de dar assistência em outros campos que não o da educação. E, cada vez mais a escola se sobrecarrega de funções, quase sempre não dando conta de sua função primeira: o binômio ensino x aprendizagem.
Diante disto, nossos professores estão mais expostos, mais fragilizados, mais estressados, mais doentes e sem dar conta de suas angústias enquanto profissionais.
É preciso que, antes de educar, a escola se comprometa com o resgate de suas crianças dê acolhimento, humanize seu atendimento para fazer o caminho contrário do que se apresenta no quadro escolar atualmente e assim garantir segurança e tranqüilidade aos profissionais que ali zelam pela qualidade da educação.
Unir forças – esse deve ser o novo norte da escola, para que diante da situação catastrófica não nos perdamos enquanto seres humanos que somos antes de sermos professores.
Somente de mãos dadas nossa escola caminhará com segurança.
Esse é um desabafo. Sem ter provocado nenhuma situação, surpreendentemente, tive uma faca fincada em minha cintura e o mesmo menino de 14 anos adentrou à escola desferindo ameaças. Estamos reféns! Não me calei, enfrentei, perigosamente enfrentei, e me expus. Não sei qual será o preço que terei de pagar, mas me expus.